Da
pele que amamos lambemos as gotas de suor largadas no auge da loucura, as lágrimas
dissolvidas nos entretanto da paixão e da tristeza, os resquícios de prazer
esvaídos do corpo quente e torpe.
Da pele que amamos sorvemos o desejo
transmutado em gestos de perene sugestão, o arrepio deixado pela língua ávida e
exploradora, os poros umedecidos pelo calor imune do tesão. Da pele que amamos
retiramos o suco que sacia a sede, que alimenta o corpo e rejuvenesce a alma.
Da pele que amamos esprememos o abraço entrelaçado dos corpos que se
incendeiam, se unem e afastam a solidão que sozinhos teimamos em sentir.
Da
pele que amamos provamos o prazer, em estado puro, em estado líquido,
vaporizando em gotículas de vontade e inalando o veneno que qual cicuta nos entorpece
e faz morrer, vezes e vezes sem conta, até à exaustão, até ao derradeiro
orgasmo, até ao derradeiro afogamento.
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