quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Viagem de uma jovem



Em Forks, um pequeno lugarejo, sem quaisquer atrativos, próximo a Washington, nos EUA,uma cidade para pescadores esportivos que pescam salmão e truta arco-íris em rios próximos,Hanneri resolveu passar um bom tempo. Cidade tranquila demais sem aquela agitação da Transilvânia. Depois de saber que o homem que ela amava havia terminado, procurava se fortalecer, pesquisava, estudava e cada aprendizado era uma vitória. Colocava em prática e se dava certo ou não, estava sempre disposta a tentar de novo. Longe de seu clã, querendo apenas algumas respostas às suas perguntas, focada e determinada com tudo ao seu redor,
       Hanneri pensou:
—“Nos bosques, nas montanhas, nos castelos, nos templos, nas ruelas estreitas, nos nevoeiros, na lua que era hipnótica!” Saudade sinto falta da minha cidade, mas sei que não estou preparada para voltar. — disse para si mesma.
Deixou de ser aquela adolescente. Agora estava diferente, aprendeu e muito com o sofrimento. Amou demais, mas agora queria se proteger, deixá-lo guardado apenas por enquanto. Evitava de pensar nele, mas... Apenas as noites, eram longas. E seu coração, estava cheio de saudade dele: lindo, loiro, alto, de olhos claros, seu cheiro, seu perfume, seu abraço, seu toque, seu jeito de olhar, as sensações de arrepios pelo corpo, não tinha como esquecer da noite pelo dia, seria impossível, mas quando dormia, ela sempre sonhava com ele. Momentos felizes, sorrisos, carinhos. Mas, agora queria mudar esse sentimento, não de esquecer e sim, amadurecer. Acabou adormecendo muito tarde, quase de manhã. Ao acordar, antes do desjejum resolveu treinar um de seus sentidos. Sentou-se na cama e se concentrou:
— Vamos lá, ummmmmm, preguiça boa. — sorriu. — Pronto, antes de tudo, tentar algo que já venho treinando há muito tempo. Toda feliz, soltou os cabelos, colocou a sua canção que era forte como ela também estava se tornando e se concentrou... Sentou na beira da cama, e decidiu qual seria o sentido:
 — O sentido do olfato. — concentrou-se: um..., dois..., três... Com isso vem o cheiro do perfume dele: Alejandro, seu amor.
 — Não, posso! Ele disse que amava outra mulher e com todas as letras. Por que, faz isso comigo? Deixa-me limpar a minha mente, mas uma vez: um..., dois..., três... Quero sentir o olfato! Respirou fundo, encheu o peito, coração batendo forte.
— Será que agora vou conseguir? O olfato. — mentalizou forte.
— O que você faz aqui? — ela se assustou com a visão de Alejandro no seu quarto.
— Hanneri, estou longe viajando, mas estou aqui precisamos conversar, não temas...
— Alejandro, tentei de todas as formas esquecê-lo, mas meu coração, meu pensamento, não aceita!
— Volte á França, vamos conversar. Conde Drécown, Shárdoc, e o Leonardth já sabem de tudo. E estamos á sua espera. Até! — saiu da mente dela.          
Ela saiu do transe, estava gelada mais que o normal, levantou-se bebeu água, e foi voltando aos poucos:
 — Ele, não pode vir á minha mente assim, quando ele quer. Eu o amo. Mas, foi á escolha dele ficar com a outra vampira, e não minha. Ainda me sinto ferida. Não posso, assim não. Dessa vez, eu darei as cartas, como eu digo: estou me fortalecendo e não posso voltar atrás. No momento certo, eu voltarei.
 Levantou-se mais aflita do que o normal por que aquilo? Ela não queria se sentir acuada, e foi tomar banho preparou suas roupas e acessórios, que não era nada discretos, ela nunca gostava de discrição: calça de couro preta, camisa branca, botas, jaqueta, óculos escuros, luvas, maquiagem. Ao término de seu ritual se aprontou, pois queria sair, ir á floresta. Desceu tomou seu desjejum. Como estava frio colocou as luvas, prendeu seus cabelos, colocou seu chapéu preto, se maquiou, colocou as suas luvas, óculos, pegou as chaves da sua moto. Estava frio, bem gostoso e saiu mesmo assim
Chegando á floresta, desceu da moto, olhou ao seu redor, pois ninguém sabia quem era ela. Hanneri, para todos não passava de uma turista, jovem, linda chamava a atenção de todos sim, mas não estava lá para conhecer ninguém, e, sim para se fortalecer. Andou até o centro da floresta, que ela sabia muito bem aonde era. Se colocou nele, com todos seus aprendizados que tinha recebido até aquele momento, com todas as suas saudadosas recordações, amor, paixão, se concentrou em tudo. Sentiu os ventos circularem pelo seu corpo, era cada vez mais forte... Com isso levitou do chão, uniou tudo: conhecimentos e força. E gritou:
— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! — foi tão forte que abalou tudo. E assim o fez duas vezes mais.
O vento foi acalmando, o tremor da floresta diminuindo, ela foi descendo devagar até o chão. Foi ficando mole, até que deitou. Ficou assim por instantes. Quando decidiu se levantar, tinha que ser devagar, pois fora muita energia, e se sentia mais forte do que nunca, não somente em forças, estava liberta de sentimentos: aqueles que deixava ela triste. Mas, como estava com todos os seus sentidos apurados, sentiu cheiro diferente, sua audição: — Créccc. Um simples galho quebrando:
— Drogaaa. — disse aquela voz grossa.
— Humm, tenho companhia? — um tom de sarcástico na voz da vampira Hanneri. — Sim! — escondido no alto de uma árvore centenária.
— Interessante, e você presumo que assistiu tudo o que houve aqui? — perguntou.
— Exato, assisti. E confesso que não tenho medo de vampiras. E ainda mais uma linda, e selvagem vampira, me deixa excitado, confesso. — risos.
 — Sinto seu cheiro, forte, diferente, sei que é mortal, mas nunca senti o seu cheiro! Pode me responder, o porquê dele ser tão diferente dos demais?
— Sim, mas adoraria estar diante de sua tão formosa beleza, se prometer não me transformar, ou me matar! — confiou nela. E sei, que vampiros não podem mentir, jamais!
— Nossa, sim prometo, palavra da vampira Hanneri, mas me diga como sabe tudo a nosso respeito?
Caçador de vampiros desceu do alto da árvore centenária, mas aos poucos. Quando Hanneri viu, se encantou com suas vestimentas, e se surpreendeu que fossem parecidas com as suas: chapéu, sobretudo preto, camisas umas sobre as outras, calças de couro, botas e luvas. Ficaram frente á frente:
— Prazer, Van Gabriel Helsing, ou apenas, Van Helsing, caçador de vampiros!
— Como? Quem é você? Só pode ser brincadeira...
— Infelizmente ou felizmente não é! Não minto.
Quando informou á ela, apenas o silêncio ficou no ar. Ela não respondeu, ele achou aquele silêncio muito estranho:
 — Hanneri? O que houve?— sem resposta da vampira.
Hanneri sentia raiva ao ouvir aquilo, foi dando um aperto no peito, coração parecia não caber, seus braços ficando fortes, unhas foram ficando grandes. E, pronto estava transformada, virou-se ao caçador:
— Agora sim, a vampira Hanneri, está pronta! Mas, como eu falei não vou transformá-lo, não posso mentir. Posso informar, que essa é a melhor sensação que estou sentido!
— Nossa! Ficou mais linda ainda. Confio em você. E, que vampira linda, gostosa, me desculpa minha indiscrição, meu corpo está excitado demais.
— Está? Problema é seu! Não mandei vir atrás de mim, outra coisa, adoraria saber e acho que tenho esse direito de saber por que você veio? — sarcástica demais.
— Oh sim, fiquei tão alucinado em você que perdi o foco. Bem, não é de hoje que a vejo, que sei tudo sobre você, quando foi deixada diante do Castelo do Conde Drécown, e da Lady Len, sei quem a transformou o vampiro Alejandro Montiér. Ele, por sua vez deixou você, para ter a companhia de outra vampira...
— Chegaaaaaaa. — O interrompeu. — Já percebi que você me conhece, porém poderia parar? — sentou no chão. Entrou numa tristeza profunda, com isso foi voltando ao normal, ficando baixinha novamente, corpo franzino, mãos normais.
— Quer conversar? — olhou-a como amigo.
— Não sei, talvez. Ou melhor, quero saber o porquê sabe tudo de mim? Queres me matar, não é isso? — pensou no pior.
— Pelo contrário, Hanneri!
— Como assim?
—Somente se faz uma pesquisa minuciosamente assim quando precisamos, ou... — ficou sério e focou nos olhos dela.
—... Ou o que? Fale.
— Eu a amo, desde sempre. — declarou-se a ela.
— kkkkkkkkkk, não me faça rir, kkkkkkkkkkk, para vai, a minha barriga doe. — começou a gargalhar.
— Também, achei estranho e louco esse sentimento por você, caçador x vampira, que mistura né? — risos.
— Sim, riso não gargalhada, e muitas.
Ela se contorcia toda, ria,gargalhava e nem sabia o que falar. Mas, quer saber como essa história vai acabar:
— Eu sou grata, pelos seus elogios, mas não curto mortais, e muito menos caçadores, apesar de que temos estilos parecidos. Mesmo assim, amo somente um ser nessa Terra, o vampiro Alejandro Montiér, talvez quando eu voltar ele só queira ser apenas bons amigos, e assim ele pode viver feliz com a outra vampira. Não sei como vou fazer, sei que vou ter uma resposta, e logo.
— Entendo, posso tentar te ajudar. Mas, também não sei como. — já sei.
— Sério?
— Sim, mas me prometa não me morder, nem nada, posso continuar a confiar em você?
— Claro. Vamos tentar.
— Deixa comigo, eu faço a minha parte e você a sua. Assim, vai ter a sua resposta que tanto procura. Vamos?
— Sim.
— Vampira Hanneri, vou caçar você, como se isso fosse á última coisa que faço na minha vida. Você provoca, paixões isso não é certo. Seu amor, não te ama, nunca a amou e sim, eu a amo e muito! — falou com a voz mais rouca.
Silêncio, novamente. Hanneri, se transformando, com raiva, ódio, de ter ouvido aquilo, olhos, mãos, cabelos, corpo, coração, tudo mudando:
— Arrrggg, como pode dizer tudo isso Van? Que audácia sua, que coragem. Isso me atrae muito em um homem...
— Eu te amo, vampira. Um amor louco descomunal.
Nessa hora, ela viu a imagem de Alejandro no perfil do Van, esfregou os olhos, e não entendia nada. Por que daquilo?
— Já disse, e digo com mais convicção: problema é seu, porque amo Alejandro, meu lindo vampiro! — gritou no meio daquela linda floresta. — Achei, a resposta, estava sempre na minha frente.
— Sim, a linha do amor x ódio andam na mesma sintonia! Vai embora, antes que você mude de ideia. Cuide-se. E realmente eu a amo. — despediu-se de Hanneri.
Hanneri ficou no canto longe de Van, se acalmou e foi voltando ao normal. Ele observava novamente, acenou para ela ir embora. Ela fez um aceno com a cabeça que sim, e sumiu entre a floresta. Subiu na moto, rumo á França um dos Castelos de Montiér. Aonde ele dizia que iria aguardar. Estava decidida em lutar pelo amor, se não desse em nada, pelo ao menos ela tentou!
Iria ser uma longa viagem, dois dias, e duas noites na moto, com paradas e descanso. Em uma de suas paradas, ela entrou num hotel de beira de estrada, sempre discreta, pediu um quarto, apenas queria descansar e com isso amanhã á noite estaria na França. Pegou as chaves, agradeceu e se retirou. Abriu a porta do quarto:
— Ufaaa, cansada demais. — se jogou na cama. Agora, tomar um banho e pensar somente no que vou fazer, dizer e viver no momento!
Foi ao banho, pensou em seu amor. Naquela noite estava linda, estrelas, lua, e o pensando nele, pensou nele no mental:
— Montiér, meu amor, sabe que nunca esqueci você! — sentiu seu coração bater forte. E percebeu que alguém tocava seus cabelos. — Sei que está aqui comigo, te sinto. E amanhã á noite estarei ao seu lado, eu te amo —  tocou seu corpo pensando nele. Sonhos confusos, e com isso não dormiu bem. Resolveu ir embora antes do horário marcado. Pagou a conta do hotel e partiu rumo á França.
— Nossa que noite linda, assim vou indo mais cedo, e querendo vê-lo o quanto antes. — feliz demais.
Parou somente mais uma vez, achou uma casa de chocolate, adentrou, sentou. Veio a atendente:
— Posso ajudá-la?
— Sim, uma caneca de chocolate quente!
— Mas alguma coisa?
— Quanto tempo falta para chegar na França?
— Apenas mais duas horas!
— Sério? Grata.
Hanneri, parecia uma criança, quando ela ficou sabendo. Tomou o seu chocolate, agradeceu e foi em embora. Agora não queria mais parar em canto algum.
— Apenas vou parar na França! — Iupiiii.
Passou por uma placa dizendo:
“Bem vinda á França, agradecemos a sua visita”.
Sorrisos, lágrimas, coração batendo, sentimentos misturados, não sabia o que dizer o que sentir. Apenas iria conversar com Alejandro, como ele mesmo havia pedido. Adentrando ao castelo de Alejandro, foi anunciada pelo funcionário.
— Boa tarde, Alejandro. — desceu da moto, ao retirar seu capacete, seus cabelos loiros caíram suavemente em seus ombros, passou uma das mãos nele para soltá-lo.
— Boa tarde, Hanneri, “nossa que visão”. — pensou Alejandro. Ela me deixa doído, quando faz isso com os cabelos, parece que até consegue me hipnotizar...Aquele olhar, a boca, tudo nela me encanta.
Hanneri saltou da moto, e como sempre direta queria saber:
— Pronto Alejandro Montiér, estou aqui! O que deseja comigo? Conversaremos sobre?
— Nossa, é isso que me atrae em você, sua inteligência, sem rodeios, sempre direta, no começo me assustava, mas agora não mais. Ok. Serei breve não quero tomar os seu precioso tempo!
— Posso me sentar? Sinto que vai ser um longo assunto. — aguardou.
— Me perdoe, a minha indelicadeza, sim? Por favor, Hanneri, fica á vontade.
Sentou-se próxima a lareira pois estava muito frio.
— Aqui, está agradável demais. Pode começar, como Conde sempre diz: “comece sempre pelo começo, já é um excelente começo”. Não, acha Alejandro?
— Sim, Conde sempre com sábias palavras e principalmente direto demais. Começamos a nos envolver, você com sua ansiedade, suas coisas sem sentido que não vem ao caso agora, foi me cansando. Somente fui me afastando de você, cada vez mais. Achei melhor, terminarmos na época. Lembra?
— Claro, prossiga.
— Sim. Comecei a me envolver com a outra vampira, mas quando você me deixou mensagens, e aquela música, mesmo sabendo que nunca tivemos nenhum assunto, gelei, fiquei confuso.
— E?
— Resumindo: Eu amo você. E com tudo Conde sempre me apoiando. E tive que dizer á verdade: Eu a amo, e muito. Mas, sei que errei. Há quero de volta, mas você também errou, Hanneri.
— Eu confesso á você: Eu o amo, sempre amei, e nunca vou deixar de amar você! — seu coração parecia que ia sair pela boca.
— Sim, eu sei disso. Podemos tentar? Conde, Shardóc. Angel Leonardth, Lady Len, todos sabem. Agora apenas você que deva querer saber o que quer?
— Eu? Quero apenas você.
Ele foi chegando cada vez mais perto de Hanneri, e olhou naqueles olhos claros, sedutores, e a beijou. Beijou com tanta vontade, tanta saudade:
— Ahhhhh, Hanneri, minha linda, seus lábios: doces e suaves. Que saudades dessa sua boca, desse seu abraço, desse seu cheiro, seu corpo. Toda pequenina, parece uma bonequinha, frágil, que quero proteger...
— Frágil? Querer me proteger? Bem, agora você tocou no assunto que queria. Deixei de ser “aquela Hanneri, frágil, filhinha de papai, melosa, protegida”. Para me tornar: numa vampira, destemida, sem medos, sem receios. Melosa, ciumenta nunca deii deixarei de ser, e proteção sempre é bom ter! — risos.
— Nossa, concordo, você se reencontrou mesmo nessa viagem. Nesse seu isolamento, estou impressionado. E feliz demais.
Assim, estava ficando tarde, a lenha queimando na lareira, ele jogou uma coberta em cima daquele tapete macio, parecia mais um pelo de carneiro, pegou duas taças de sangue para brindar com seu amor, juras de amor feitas um ao outro. Nisso, se beijaram, e logo fizeram um amor intenso, uma sensação boa gostosa. Eles eram dois, mas naquela noite se tornaram apenas: 

Vampira Hanneri.

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